A Plague Tale: Innocence e ... Nietzsche?
Introdução a Obra
A Plague Tale: Innocence foi lançado em 14 de maio de 2019 pela Asobo Studio. Quando foi lançado pegou a todos de surpresa pela narrativa envolvente, gameplay diferente e ambientação espetacular. O jogo se inicia em 1348 em uma zona rural na frança, mas por pouco tempo, ao decorrer do jogo Amicia de Rune (protagonista do jogo) passa por vários lugares e em todos eles a ambientação é sempre muito bem feita. Falando mais sobre a ambientação em vários momentos a religiosidade de Amicia é explorada, seja quando ela pensa nos pais, seja quando ela fala com o Hugo ou quando ela passa por uma igreja, ou seja, o jogo se utiliza da ambientação para influenciar aspectos secundários da personalidade de Amicia e sobre a própria sociedade em que ela vive.
Nietzsche e Plague Tale
Em duas partes do jogo me lembrei de conceitos abordados por Nietzsche. O primeiro deles é talvez uma das frases mais conhecida do autor e também uma das mais interpretadas erroneamente "Deus está morto! Nós o matamos!". Quando Nietzsche escreve essa frase ele quis dizer que na civilização ocidental a religião já não ocupa mais a ideia central da sociedade que outrora já ocupou e além disso está em declínio. Portanto em épocas passadas Deus estava presente em todos os âmbitos da sociedade tal como Música, Literatura, Política, filosofia e etc. E isso é representado no jogo de maneira sutil, a sociedade em que o jogo se situa Deus ainda está vivo e portanto ainda vemos ele de diversas maneiras e em diversos lugares, seja pelo poder dado a inquisição pela igreja, seja pela constante imagem de Santa Virgem Maria em diversos momentos ou até em pequenos colecionáveis como achar um rosário. Ainda existe um outro momento em que um conceito de Nietzsche é abordado e a deixarei para o final da análise já que precisarei dar Spoiler sobre o final do jogo.
Monstros e vilões
Em quase todo jogo senão em todo jogo, existe algo ou alguém ao que protagonista tem como dever derrota-lo ou sobrevive-lo, em jogos de horror normalmente é um ou são muitos. Em Plague não é diferente, com exceção do monstro a ser superado são ratos e interessante pensar em como os ratos são desenvolvidos ao papel de vilão. A partir de agora terá spoilers leves. Quando a protagonista vê no começo do jogo seu cão ser devorado vivo por um buraco, e logo em seguida vê sua família ser assassinada pelos inquisidores os dois grandes vilões do jogo nos são apresentados, e é claro que mais para frente tem o grande e verdadeiro vilão do jogo. Analisando especificamente os ratos já que os mesmo desempenham grande papel na obra eles nos são apresentados como algo a se temer por matar um personagem que é amado pela protagonista, além disso eles só aparecem realmente quando eles matam o padre e somente ali eles se tornam uma ameça, porém o mais interessante é que mais para a frente no enredo eles passam de inimigo a aliado, quase como uma redenção do monstro e ao mesmo tempo surge um novo vilão para ocupar o seu lugar.
Quando se olha para o abismo
Spoiler final do jogo! No final da história depois de derrotarmos o grande vilão do jogo, Hugo abraça a sua irmã e vê o rosto do Vitalis, Vitalis quase morto no chão o encara e abre um sorriso como se soubesse que alguma profecia foi cumprida e então mostra-se o rosto de Hugo com um rosto sério sem expressar qualquer tipo de emoções durante longos segundos a direção opta por mostrar o corpo de Vitalis no chão enquanto Hugo o encara profundamente, dando uma dica de que Hugo escolherá mais tarde o mesmo caminho que Vitalis tornando-se também um vilão. "Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não se tornar também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você" outra frase de Nietzsche que se correlaciona com o jogo, Hugo durante o jogo inteiro lutou ao lado de sua irmã contra os perigos e durante um breve período se tornou um vilão, mas logo retornou ao que era antes. Depois de tantos perigos e vilões deixados para trás o jogo dá dicas de que o próprio Hugo se tornará também um monstro.
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